sábado, 10 de setembro de 2011

Ser politicamente correta...


Não acredito que esse seja um sentimento isolado. Embora não deseje isso a ninguém, imagino que mais pessoas no mundo compartilham da mesma coisa que eu: a obrigação de ser politicamente correta.
Ou porque estão num grupo da igreja, ou porque a profissão é vista pelos outros como sacerdócio, ou porque você tem um rosto angelical e todo mundo acha que você deve ser simpática com todos, apesar da sua cólica, dor de cabeça, febre, ou o que quer que seja. Disponível para conversas, conselhos, sorrisos, abraços, 25 horas por dia, durante o tempo que você quiser! Pelo telefone, e-mail, FB, MSN...
Que tal um “Puxa, sinto muito por você estar mal”, ou “Sem problemas, eu posso fazer isso sozinho”, ou “Melhorou? Tem algo que eu possa fazer por você?” no lugar de “Nossa! Que que ela tem? Como está antipática! Eu fiz algo pra você me tratar assim?” ?
Às vezes, eu me canso, sabia?


Ser politicamente correta é uma bosta!


terça-feira, 6 de setembro de 2011

(Mais) Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz


Bom, ao encontrar o poema que procurava, encontrei uma versão nova do mesmo! Tirando a parte do 'gato no telhado', do 'grito do Tarzan'  e do 'herói que fuma cachimbo' (embora eu não tenha nada contra o Saci-Pererê, Paci-Sererê ou Pacê-rerê, só contra o cachimbo dele mesmo!), as outras coisas à toa me deixam bem feliz! Especialmente o brigadeiro. Aliás, brigadeiro de panela é a minha especialidade!
Eu me divirto com pouco! E você?

Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz
Passarinho na janela
Pijama de flanela
Brigadeiro na panela
Gato andando no telhado
Cheirinho de mato molhado
Disco antigo sem chiado
Pão quentinho de manhã
Dropes de hortelã
O grito do Tarzan
Tirar sorte no osso
Jogar pedrinha no poço
Um cachecol no pescoço
Papagaio que conversa
Pisar em tapete persa
Eu te amo e vice-versa
Vaga-lume aceso na mão
Dias quentes de verão
Descer pelo corrimão
Almoço de domingo
Revoada de flamingo
Herói que fuma cachimbo
Anãozinho no jardim
Lacinho de cetim
Terminar o livro assim
                                                                                                                                   Otávio Roth

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz

Quando me recordo de algo bacana, ou encontro alguma coisa que me traga alegria, mesmo que não seja considerado útil para a maioria, gosto de compartilhar com as pessoas que amo e com as que não amo tanto assim (afinal, azar delas, coitadas! Hahaha...)!
Li esse poeminha num livro, quando estava na quarta série - terminei a faculdade, faça as contas. Não... Melhor deixar essa parte pra lá!
Eu gostei tanto que me recordava dos primeiros versos (foi assim que eu o encontrei novamente; bendito seja quem inventou o Google!). Devo ter memorizado porque gostava de começar caderno novo; na verdade, eu gosto até hoje! Ah! E lógico, a menina loira com trança também ajudou!
Então, aí vai:


“Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz”

Pintinho saindo do ovo.
Começar caderno novo.
Alegria do meu povo.
Espaguete al dente.
Um pé de meia quente.
Melancia sem semente.
Acordar com cafuné.
Visita pela chaminé.
Estalar os dedos do pé.
Queijinhos vindos da França.
Menina loira com trança.
Dom Quixote e Sancho Pança.
Barquinho na enxurrada.
Queijo com goiabada.
Beijinhos da namorada.
Joaninha no nariz.
Respingo de chafariz.
Fazer um amigo feliz.
Estrelinha piscando no céu.
Melar o dedo no mel.
Abrir clipe de papel.
Alguém sempre por perto.
Um saco de bombom aberto.
Uma rima que deu certo.
(Fonte: Roth, Otavio. “Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz”. São Paulo: Ática, 1997).